Excursões de ônibus viajam com escolta armada para evitar assaltos na Fernão Dias, em MG
Comerciantes passaram a contratar segurança devido ao número de assaltos registrados na rodovia.
Comerciantes do Sul de Minas que fazem compras em São Paulo estão contratando escolta armada. A medida é para evitar os assaltos durante a viagem. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, só neste ano, foram 137 roubos a ônibus interestaduais nas rodovias federais mineiras.
Na semana passada, passageiros de dois ônibus foram assaltados enquanto seguiam viagem na Rodovia Fernão Dias, em Santo Antônio do Amparo (MG). Os assaltantes interceptaram os dois ônibus e levaram mais de R$ 50 mil dos passageiros e motoristas. Segundo a polícia, os veículos saíram de Divinópolis, no Centro-oeste de Minas Gerais, com 35 passageiros cada.
No início do ano, um arrastão interrompeu a viagem de ônibus na Rodovia Fernão Dias, na altura de Mairiporã (SP). Segundo as vítimas, um grupo de aproximadamente oito mascarados entrou no ônibus e levou documentos, dinheiro e celulares de comerciantes da região que seguiam para compras em São Paulo.
Com medo dos roubos nas rodovias, os grupos que fazem viagens de compras para São Paulo estão aumentando a segurança. Uma das preocupações é evitar que o ônibus seja interceptado nos trechos onde é preciso reduzir a velocidade.
"Sempre trechos onde eles conhecem, que eles têm uma rota de fuga para sair depois de uma troca de tiros, que seja, eles terem um acesso para eles não encontrarem a polícia depois mais à frente", disse o segurança Mauro Moura.
Ivana organiza esse tipo de viagem há 12 anos e há seis meses decidiu contratar a escolta depois de ter o ônibus assaltado na Fernão Dias, próximo a São Gonçalo do Sapucaí (MG).
"Vai revistando todo mundo, olha bolsa, revista a roupa da pessoa, o que tiver eles levam, celular, bolsa", disse a organizadora da viagem, Ivana Carvalho.
A empresa de escolta armada faz cerca de 100 viagens a São Paulo por mês só acompanhando grupos de compra, saindo de Minas Gerais. As excursões acontecem na maioria das vezes à noite, o que também é um facilitador para os criminosos. Eles aproveitam que as estradas estão vazias para agir.
"A pessoa passa duas, três vezes perto de mim com a mesma placa, eu já chamo os caras da escolta, já ligo o pisca-alerta, que a gente já é combinado, aí eles já vão em cima e começam a averiguar o que está acontecendo", disse o motorista Luiz Paulo.
O serviço de escolta fez o preço da viagem subir em cerca de 10%.
"A gente encara o perigo e tudo, e a confiança é só em Deus", disse a comerciante Ana Parente.