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No Brasil 87,8% dos roubos de cargas ocorrem em SP e RJ


Os Estados do Rio de Janeiro e de São Paulo registraram 87,8% das ocorrências de roubo de carga no Brasil em 2016. No último ano, o RJ registrou 9.862 casos de roubo de mercadorias, enquanto SP contou com 9.943 casos do crime. Os dados foram coletados pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), com base nas informações de secretarias de segurança pública ou defesa social, além de entidades que representam trabalhadores e empregadores do setor de transporte de cargas. Em todo o país, foram contabilizados 22.551 casos de roubo de mercadorias.

O terceiro estado em número de casos de roubos de mercadorias, Minas Gerais, respondeu por 2,1% dos casos do crime no Brasil, com 476 ocorrências. O levantamento não conseguiu informações sobre os roubos de carga em quatro estados: Acre, Amapá, Paraná e Roraima.

Os dados colocam o Brasil como o oitavo mais perigoso no transporte de mercadorias, perdendo somente para países em guerra como a Síria, Yemen, Líbia, Afeganistão, Sudão do Sul, Somália e Iraque.


De acordo com Sergio Duarte, vice-presidente da Firjan e empresário do setor de alimentos, dados divulgados por uma instituição britânica de que o Rio e São Paulo estariam entre os locais mais perigosos do planeta para o roubo de cargas é algo que pode afetar a capacidade de investimento no país e a competitividade em relação ao mercado externa.


“A decisão de investimento do empresário leva em consideração várias variáveis, como a segurança dos funcionários e dos produtos. O roubo de cargas afeta frontalmente a decisão de investimento”, destacou Duarte.


O vice-presidente da Firjan destacou ainda que alguns produtos no Rio de Janeiro já contam com um acréscimo de cerca de 20% nos valores finais que chegam aos consumidores por causa dos roubos de carga, segundo dados da Associação dos Supermercados. Ele não descarta a possibilidade de desabastecimento por falta de seguro das cargas e de falta de empresários que se disponham a mandar mercadorias para o Rio.


“A indústria e afetada duas vezes: no roubo de sua mercadoria final e no suprimento de matérias-primas. Escassez em economia gera aumento de custo, aumento de preço. As indústrias estão afetadas pelo aumentos dos preços das matérias-primas e pelo aumento do preço, sendo o frete mais caro”, explicou Duarte, contando que produtos alimentícios e bebidas são os mais afetados.

Entre 2011 e 2016, o levantamento da Firjan registrou 97.786 casos do crime, gerando uma perda econômica de mais de R$ 6,1 bilhões. Segundo o estudo, isso representa o investimento previsto para as principais rodovias federais do Estado do Rio de Janeiro na próxima década, no caso, a conclusão da nova pista da Serra de Petrópolis (BR-040), a construção da nova pista da Serra das Araras (BR-116), a duplicação da BR-101 Norte, a duplicação da BR-393 e a conclusão do Arco Metropolitano. De acordo com o presidente da Firjan, a criminalidade tem consequências econômicas.


“Nós vemos um aumento nos preços do frete e também no seguro. Algumas empresas não querem nem fazer os seguros ou imputam preços pelos quais não é possível pagar. Quem acaba pagando por isso é o consumidor”, explicou Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira.

Riley Rodrigues, gerente de estudos de infraestrutura da Firjan, detalha o assunto e explica que as consequências são mais graves.


“Com o roubo de cargas temos um aumento no preço do frete, seguradoras de carga, e atualmente só umas 10 fazem o seguro das cargas e se recusam a segurar os produtos mais visados; temos um aumento nos custos por causa desse aumento no preço do frete, uma perda de arrecadação, porque os produtos roubados não pagam imposto e menos investimentos públicos, porque os impostos não são pagos ao poder público”, explicou Rodrigues.


A Firjan denunciou também a redução dos quadros da polícia Rodoviária Federal (PRF). Segundo a entidade, a PRF possui 10 mil agentes patrulhando as rodovias federais em todo o país, com um déficit de 3 mil servidores e com o possível agravante de que 35% do efetivo já cumpriu as exigências para a aposentadoria. No RJ, de acordo com a entidade, a PRF conta com 700 agentes e a delegacia da Policoa Civil responsável pela investigação e prisão dos casos de roubo de carga conta somente com 48 agentes.


A divulgação do relatório marcou a assinatura de uma carta que marca o nascimento de um movimento nacional contra o roubo de cargas. Entre as propostas da entidade para combater este tipo de crime está a proposta de cassação, por cinco anos, as inscrições no CNPJ e no ICMS dos estabelecimentos na receptação, Guarda e comercialização de produtos roubados. Outras propostas são o aumento da segurança nas fronteiras para coibir a entrada de armas e drogas, que muitas vezes são financiadas pelo roubo de carga; recompor os quadros das forças policiais, permitindo que os postos de fiscalização da PRF funcionem adequadamente.


FONTE - G1



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